quinta-feira, dezembro 06, 2007

ERRO, LOGO EXISTO

Ao assistir ao último espetáculo da turnê super elogiada de "Um Boêmio no Céu" com José Mayer fiquei a pensar na vida. A peça nos faz pensar em muitas coisas, como a beleza da nossa língua, o humor singelo feito no norte e nordeste do país, as lindas composições de Catullo da Paixão Cearense e que as melhores coisas da vida são aquelas pequenas e tudo aquilo que a natureza nos dá de presente.
No final do espetáculo, ao agradecer as palmas, José Mayer tropeçou numa grande cadeira do cenário e quase caiu. Ele justificou dizendo algo como: "Eu sabia que apresentar na minha terra, para minha gente ia me desestabilizar de alguma forma".
O fato arrancou mais palmas ainda da platéia. E pensei que realmente é algo recorrente em espetáculos de teatro. Se o ator erra, engasga, esquece, pula, cai ou faz qualquer coisa fora do script, a reação é sempre positiva. Muitos risos extras ou palmas.
Se o palco é um recorte da realidade, representação da vida, afinal, como seria bom que aqueles que nos assistem errar, ao invés de nos crucificar - só pra variar - resolvessem enxergar algo de beleza na nossa imperfeição...
Se a platéia já consegue no teatro, acho que ainda há esperanças.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial