AS DORES DO AMOR
Tereza já não suportava o peso do filho no colo. Por mais que quisesse carregá-lo, seu tamanho já indicava que ele precisava caminhar pelas próprias pernas. Era mais fácil tê-lo no colo porque assim ele não chorava o tempo todo durante o trajeto. E ela gostava de acalentá-lo e ter o corpo dele o mais perto possível do seu.
__ José, hoje você vai ter que ir andando, tá? Olha só o passeio como é largo e como as árvores são bonitas... Podemos ir catando folhas ou chutando pedrinhas, o que acha, filho?
__ Filho, vamos de mãos dadas então só até o cruzamento, aí te pego no colo de novo. – disse agachando e o colocando no chão.
Ela estava prestes a voltar atrás da sua decisão, quando de repente José se atirou no chão aos prantos. Rolava de um lado para o outro e sapateava. Por um momento sentiu raiva do filho, mas viu que aquela atitude só reforçava que estava certa, e foi em frente. Levantou o filho, calmamente, repetiu as mesmas palavras do início e foi andando passo a passo com ele. José dava dois passinhos e voltava a agarrá-la chorando. Tereza começava tudo novamente. Até que ele relaxou o corpo e começou a andar, ainda chorando, mas andou com as próprias pernas.
Foram poucos os passos que José caminhou naquele dia. Quando resolveu andar já estavam no cruzamento em que a mãe tinha prometido pegá-lo no colo novamente.
__ Chegou filho! Agora você pode vir pro colo da mamãe pra gente atravessar a rua.
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