sexta-feira, janeiro 27, 2006

Emoções, são tantas!

As Flores do Jardim da Nossa Casa se encheram de vida ao ter você de volta. O silêncio das paredes do quarto já era ensurdecedor porque Você Deixou Alguém a Esperar.
Todos os dias durante o Café da Manhã eu fechava os olhos e repetia, como quem já tinha escolhido um eterno mantra: "Ele Está Pra Chegar". Na verdade queria que uma Simples Mágica trouxesse você de novo em meus abraços, e que, como naquele inverno em que te conheci, você estivesse aqui, parado, me esperando em frente O Portão.
Voltei Ao Passado tantas vezes que cheguei a furar o seu disco preferido ouvindo a Nossa Canção. Isso só me trazia mais melancolia. Por isso Outra Vez eu tentei não mais pensar em nós dois. De Que Vale Tudo Isso se a vida é mesmo uma Madrasta e pode nunca mais nos unir?
Eu andava sozinha pela casa, abria as gavetas do seu armário. Lá repousava triste e solitário o anel de Diamante Cor de Rosa que você um dia, com os olhos cheios de promessas, me ofertou.
Quase Fui Lhe Procurar, mas Os Seus Botões, soltos, da sua perfumada camisa branca, me deram um pouco do alento de que eu precisava. A cada costura eu sentia que podia te dizer "Eu te Amo, Te Amo, Te Amo". Era um Desabafo sem fim, e numa Doce Loucura eu começava a sentir o seu hálito quente em meu ouvido dizendo ?Não Precisas Chorar, acalme seu coração!?
Do Outro Lado da Cidade, quem sabe, outras mulheres choravam também, e sozinhas fitavam Cama e Mesa postas com a mesma esperança vã. O Tempo Vai Apagar essa dor, mas Não Adianta tentar me enganar, só Quero Ter Você Perto De Mim.
Olhei mais uma vez o seu retrato. Seu Ar de Moço Bom, seus olhos, os cabelos despenteados e seu peito largo acolhedor... Ai... É Meu, É Meu, É Meu. Foi então neste momento que percebi Como É Grande O Meu Amor Por Você. Resolvi que não ia mais ficar neste Abandono cruel e ia sim, enfrentar As Curvas Da Estrada De Santos e te trazer de volta. Sempre tive medo de que você dissesse: "Você Não Serve Pra Mim". Agora já não importa, pois Ninguém Vai Tirar Você de Mim.
Acho que Nem Mesmo Você se dá conta de como o seu mundo faz parte do meu e Nada Vai Me Convencer de que sua alma não procura a minha desde O Ano Passado. E Por isso Eu Corro Demais só pra tentar reaver o nosso tempo perdido.
De repente, Tudo Pára... Vejo-te de longe, em contra-luz. Já é outra estação, e As Folhas de Outono cobrem seus pés repousados no nosso banco da nossa praça. Não digo nada, só me reencontro Na Paz Do Seu Sorriso. E você, cabisbaixo, simplesmente sussurra: Era Ciúme de Você. Então, desabo num choro em soluços de quem não quer acreditar na Sua Estupidez.
Os Detalhes daquela tarde já nem me lembro mais. Só sei que em algum momento a sua mão encontrou a minha. Depois de um longo silêncio você me disse: "Oh! Meu Imenso Amor, eu ainda te quero E Não Vou Mais Deixar Você Tão Só."
E na grandeza deste instante Eu Aceito Seu Coração para que noite adentro, juntos, recomecemos a nossa Cavalgada.



* Estão em itálico títulos de músicas do Rei Roberto Carlos
Homenagem ao seu fã número 1. Ele sabe que é lindo ser barango...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

O CARIOCA


Nestes últimos seis anos da minha existência, eu tive o privilégio de ter sido adotada como nora por um carioca, o Carlos Henrique. Todas as várias vezes que eu visitava o Rio de Janeiro, ele me fazia perceber a Cidade Maravilhosa como algo muito além da orla de Copacabana.
Carlos Henrique era tão aficionado pela cidade que não gostava de viajar de férias para lugar nenhum, a não ser Paris. Só saía do Rio se fosse viajar para lá. Era como Tom Jobim, que uma vez respondeu aos jornalistas estrangeiros que perguntaram porque não se mudava para Nova York, no auge do seu sucesso: "Porque Nova York se eu tenho o Rio de Janeiro?", disse.
Era isso, ele já estava no melhor lugar do mundo. E morava no melhor bairro do melhor lugar do mundo, o Leblon. Estava entre o mar e a empadinha do Jobi; entre a caminhada do calçadão e o Garcia e Rodrigues; entre a água de coco da barraca da praia e a Letras e Expressões; Entre a casquinha de siri do Caneco 70 e o burburinho da Pizzaria Guanabara.
Saindo a pé da sua casa, em poucos minutos de caminhada, chega-se em Ipanema, e por algumas horas me sinto - a - garota. Estou no meio do Brasil e ao lado de tudo que é belo, novo e importante.
Ele trabalhava no Centro do Rio de Janeiro, e essa foi minha melhor e mais surpreendente descoberta. Certa vez o Carlos me levou num passeio inesquecível pelas ruas e edifícios antigos do bairro. Lá do alto do seu escritório tivemos uma aula de história, olhando uma vista magnífica, antes de sairmos andando em busca da beleza escondida na agitação do Rio moderno e em pleno vapor. Sim, porque os cariocas trabalham! Descobri isso somente ao visitar o centro porque no caminho de idas e vindas dos nossos passeios eu SEMPRE via a praia cheia e o calçadão lotado de gente. Eu brincava com ele dizendo que carioca só fica na praia, ele dava uma risada de quem gostou da observação, mas deixando no ar que só diz isso quem ainda não descobriu o mistério que envolve os cariocas.
Só no centro de uma cidade como essa podemos visitar uma exposição internacional no prédio do Banco do Brasil e atravessar poucos quarteirões para se deparar com a Confeitaria Colombo, tendo assim um deleite de todos os sentidos. Além de poder ver a beleza e magnitude da Biblioteca Pública Nacional, (meu queixo caiu ao pisar naquele santuário da literatura) Carlos Henrique me mostrou as construções dos primeiros cortiços da cidade, onde tudo começou. Lá cheguei a pensar que estava ouvindo bem baixinho o som dos primeiros sambas a serem criados numa tarde de descanso dos moradores pioneiros.
Ao chegar em casa de um dia cansativo de trabalho poder-se-ia pensar que ele estivesse sem paciência para falar da cidade pra uma mineira sem muitos anos de estudo da região, mas ele sentava e mostrava seus livros do Rio antigo, Rio atual, Rio do futuro. Mostrava fotos aéreas, desenhos, pinturas antigas, e ficava horas contando histórias. Rio...Rio...Rio.
Inúmeras vezes, ao tomar uma cervejinha, nos contava, com certo desdém, piadas, os famosos "causos" de mineiros. Ele morria de rir com nosso jeito de ser. Ele gostava de provocar, claro, ele se achava superior por ser carioca, mas não lhe culpo por isso. Entendo perfeitamente.
Ele mesmo pediu perdão por isso a Minas Gerais ao se casar com uma mineira. Haveria de ser com uma carioca? Claro que não! Nunca seriam felizes. A quem ele mostraria sua cidade todos os dias? A quem contaria suas histórias? Teria que ser alguém que se surpreendesse sempre, que o instigasse sempre, que sempre o perguntasse algo da cidade. Uma eterna turista ao seu lado, que por mais que ele ensinasse, nunca aprenderia. De propósito, claro, ela nunca absorveria tudo da cidade. E assim a mineirinha conservaria seu marido carioca até o fim dos dias dele.
Infelizmente, Carlos Henrique contrariando todas as previsões, deixou o Rio de Janeiro. Nunca mais vai voltar a pisar nas suas areias. Afinal, depois de 60 anos de exploração, a cidade ficou pequena. Resolveu mudar o ângulo, achou que a vista lá de cima seria mais bela e mais completa. Ele agora vê o Rio de Janeiro panorâmico e de lá sente que finalmente o possui por inteiro.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

O suspiro é a vida. Quem suspira vive!

Eu... Vivo suspirando.
Sabe quando a gente enche o peito e solta o ar assim bem devagarzinho, de paixão? Pois é. A cabeça roda e os olhinhos giram, fechados.
Um telefonema tão esperado, uma noite de luar ao lado de quem se ama, um elogio inesperado ou a realização de um sonho há muito desejado. Pode ser por uma paisagem de tirar o fôlego ou um beijo de arrebatar o coração. Pode ser por um filminho romântico ou uma música nostálgica. Pode ser por um olhar de quem se ama ou um abraço de reconciliação. Tudo isso merece um suspiro. Quem não gosta de um brinde de champagne, um jantar feito especialmente para você, ganhar um belo presente?
Adoro suspirar!
Só que a gente também suspira de impaciência, porque afinal a vida não é feita simplesmente de utopias. Quanta coisa nos irrita, nos tira do sério? A vontade é de gritar, xingar, esbravejar, estapear se for possível. Nem sempre é possível. Vivemos numa sociedade e temos que controlar nossos impulsos. Então, a gente pára, conta até dez e dá aquele ?suspirão? pra fila do banco, pro garçom que não olha pra você, pro chato que não desliga o telefone, pras contas que se acumulam na sua escrivaninha, pro filho da mãe que até hoje não pagou o que te devia, pra empregada que faltou sem avisar ou pro vizinho que resolveu dar uma festa de arromba exatamente no dia que você resolveu dormir mais cedo. Aí é melhor suspirar do que perder a razão. Oxigênio a mais no cérebro para não perder a pose.
É com suspiros de prazer e de raiva e impaciência que a vida é feita. Uma mistura de sentimentos e de acontecimentos, um turbilhão de emoções. Ainda bem, isso é só pra quem vive de verdade e um dia ainda vai ter muita coisa pra contar para os netos quando estiver bem velhinha.
Um Milkshake de Suspiro: assim é a vida da gente. Assim vai ser esse blog, pois é sobre a vida que escrevo. Fico só vivendo e suspirando, e eu escrevo suspirando. E o meu desejo também é arrancar suspiros de quem lê, e você está sendo convidado nessa aventura que começa.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
Sheila, minha melhor amiga virtual e muito real. Obrigada pelo presente, este lindo blog, que amei tanto. Espero poder retribuir com palavras que vão te fazer suspirar.
Fernanda, uma menina-artista que foi capaz de se dedicar tanto por alguém que ela nem conhece. Ainda, né? Parabéns pela criação do template, ficou a minha cara.
Todos os leitores do meu antigo blog e os novos que estão chegando. Bem-vindos!